Muffys, não Muffins!!!

A viagem em busca do título (perfeito) para um blog pode transformar- se numa verdadeira expedição pelos recantos mais íntimos das nossas inspirações e das nossas memórias, e não é, nada mais nada menos que a tentativa de responder à pergunta: o que é que me inspira? Iniciei esta viagem pelas memórias. Da infância. Da casa da tia Julieta em Tavira e do cheiro a figos, a amêndoas e de trepar à alfarrobeira com os primos. E como não há nenhum algarvio que não tenha um pezinho em Marrocos vagueei pelo Oriente, pelos perfumes e aromas que nos deixaram em herança ( para além das mouras encantadas!). E do Oriente, da Índia, veio o meu sonho mais sonho, veio o amor verdadeiro (... e o tempero da sogra!). E foi desta magia oriental que nasceram as minhas inspirações que têm (por coincidência) alcunha de guloseima: Muffy (diminutivo carinhoso de nome de pestinha), quase tão docinha como um muffin, mas muito, muito mais apimentada; e Brownie, tão docinha, tão apaixonada por chocolate que o tom da sua pele quase reflecte o tom dourado da guloseima. São elas que me inspiram e me incentivam a ser feliz todos os dias! Muffy e Brownie!



terça-feira, 4 de setembro de 2012

Amor fraterno

Há irmãos de sangue, que partilham connsoco a informação genética e a história familiar, os quais amamos porque são parte de nós. E depois há os outros irmãos, aqueles que vêem com o pacote, que se juntam à família a meio do caminho e que podem , aos poucos, ser também uma parte de nós.

Eu tenho cunhadas assim... uma que me pegou ao colo e outra que, de vez em quando me dá um colo...



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Bom dia, crianças!!!


Desejo um feliz dia a todas as crianças, dos 0 aos 110 ( no mínimo) ! E lanço um repto: nunca deixemos de ser crianças naquilo que considero ser a capacidade inata mais bonita do ser humano- a capacidade de sorrir esponataneamente!

Sim, eu sei que sorrir não é, de todo, uma acção complexa. Ela até pode ser inconsciente. Mas todos dias fico perplexa com a forma carrancuda como a maior parte das pessoas lida com os outros humanos.
Todos temos a opção de sorrir ou não, de ser amável ou não, prestável ou não, educado ou não. Infeleizmente, a maioria opta pelo "ou não". Tomando o caminho inverso, o mundo seria certamente um lugar onde todos nos sentiríamos bem...e felizes!

Houve um dia uma senhora velhinha, muito sábia, que disse que não devemos deixar que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz. Ouvi esta frase quando ainda era miúda num documentário e, desde então,  todos os dias tilinta na minha essência a necessidade de tentar pôr em prática esta forma de estar na vida, um pouco simplista, infantil até...mas, garanto,   muito reconfortante!


Eis a minha contribuição para a festinha do dia da criança na escola da Muffy!... depois de muitos azares, quase desistências e muito soninho!








terça-feira, 6 de março de 2012

Bolo de lima e côco para momentos doces!!!

É engraçado como a vida nos dá lições. Quem me diria a mim há 10 anos atrás, que iria ansiar pelo momento em que vou estar com os meus pais? E que iria esperar uma semana inteira pelo dia em que vou almoçar lá a casa ou pelo dia em que lá convenço o meu pai a vir a minha casa lanchar*?

Há uns anos eu ansiaria por vê- los pelas costas. Cada momento sózinha era uma benção e os meus planos de vida passavam, forçosamente, por arranjar um emprego longe, bem longe, de preferência noutro continente. Quanto mais tentavam prender- me em casa, mais cresciam em mim a revolta e o sentimento "um dia vingo- me, e desapareço daqui!...".

Mas depois chegou, finalmente o dia de partir. E, com ele, o dia em que os meus pais me mostraram que me amavam incondicionalmente, porque foram capazes de mudar por mim. E o meu estatuto de mulher, responsável pela geração (e gestão) de uma nova família (mesmo quando ainda só era composta por dois elementos) criou neles o respeito de quem apoia mas não se intromete, de quem contribui apenas com a sua presença incondicional.


Percebi isto no dia em que aconteceu algo de extraordinário e inesperado- naturalmente, dei por mim a beijar o meu pai e fazer- lhe festas na careca.Como se ele fosse o filho e eu a mãe que quer proteger e acarinhar.


E desde esse dia, à medida que o meu amor crescia a uma velocidade sufocante, começava a não haver espaço para qualquer outra classe de sentimentos- só amor, admiração, carinho e muita vontade de partilhar com eles muitas alegrias.

Felizmente, a vida tem- nas trazido. Aos pares... de meninas! Não só as minhas, mas muitas meninas!Muitas crianças apaixonadas pelo vôvô e pela vóvó!  E, com o avançar da idade, eles têm- se tornado os meus meninos- ou os meus filhos mais velhos, como eu gosto de lhes chamar.

E como uma mãe velhinha que sonha com o dia em que os filhos vêm para a visita semanal, também eu suplico * e peço o favor de uma visitinha, rápida, de médico, e dou desculpas- muleta pelo meu pedido: "Venham ver as netas!"; "Elas têm muitas saudades vossas"; "Tenho muita roupa para passar. Se a mãe cá pudesse vir..." ( É claro que, assim que a campaínha toca, a roupa se esconde no roupeiro mais fundo que eu não sou abusadora!).

Confesso que, de cada vez que sou agraciada com uma visita de Sua Ex.ª, o Rei da Couve- Troncha, e recebo as (como ele diz)  "saquiladas" de grelos, alfaces, cebolas, batatas, ovos, e muitos, muitos , outros produtos da horta, que ele continua a produzir (porque "se não o que é que a moça come?"), choro em silêncio e rezo, rezo muito e baixinho. Para que as saquiladas continuem a chegar à minha cozinha eternamente, porque cada saquilada encerra - disfarçados de grelos, alfaces, cebolas, batatas e ovos- muitos beijos, abraços, "Adoro-te, filha", "Tenho orgulho em ti, filha" que nunca El- Rei da Capoeira poderia dizer em público.

(* Sim, porque o meu castigo agora, é ter de partilhar as atenções do meu "filho mais velho"  com as galinhas, a horta, o calorzinho da salamandra, a novela da TVI e ainda o medo de conduzir quando já está escuro.)


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Bolo de chocolate com framboesas.




    Janeiro é, como costumo dizer, o mês de todos os aniversários! Mas, para além da Muffy, do querido maridinho, sobrinhos e cunhadas- tudo malta com mau feitio, mas com um grande coração- há um que é compreensivelmente especial: a minha mãe!

    Que tipo de pessoa é a minha mãe? Bom, podia começar a falar das suas origens humildes de filha de pescador que nunca conseguiu passar da 2ª classe  porque tinha de distribuir os almoços pelos irmãos e pai que andavam a trabalhar. Ou então da mãe aguerrida que sempre lutou para que aos seus filhos nunca ninguém apontasse o dedo por falta de educação (e também lutou às vezes contra eles, porque estavam a crescer e percebeu que não seriam só seus para sempre...), ou ainda da esposa que, durante vinte e cinco anos esperou por um marido emigrado e resistiu, sem uma queixa e sem vacilar,  à solidão e à saudade, mesmo quando os filhos mais velhos seguiram os passos do pai.

    Também foi uma mulher que perseguiu toda a vida o sonho de ter uma filha menina e que nunca desistiu mesmo quando Deus lhe  levou algumas vezes esse sonho, e mesmo quando a idade já fazia temer pela vida.
A menina acabou por vir e, com ela, veio mais uma vez o medo de a perder, para o Azar, para os amigos, para o Mundo ou, ainda mais terrível, para o Amor.

    Depois do turbilhão que foi a relação com esta menina, a vida da minha mãe mudou, quando esta menina se tornou na sua melhor amiga, numa mulher plena e feliz que lhe deu mais duas meninas ( para além das primeiras outras seis netas, já para não falar nos bisnetos). E com estas duas meninas (aquelas que  a proximidade física permite) pode , de novo, alimentar aquela fonte contínua de amor e carinho que sempre partilhou com todos à sua volta.

    A coisa que mais recordo dos tempos em que, como ela diz, era L., são as gargalhadas. E são as coisas que mais sinto pena que tenha perdido. Para além de ser um coração puro e amigo de todos, ela era a alegria de qualquer festa: a mulher da risota, das partidas e das piadas. E eu, se não conseguir que ela volte a ser assim, o mínimo que desejo, é ser eu assim e depois, se me perguntarem como é que consigo estar sempre bem diposta eu responderei: " saio à minha mãe!"



BOLO DE CHOCOLATE COM FRAMBOESAS

( a receita é a mesma que usei no bolo da Minnie que fiz para a M.)

Bolo:

4 ovos + 1 cháv. açúcar
1 cháv. óleo+1 cháv. água quente
2 cháv. farinha com fermento peneirada +2 cháv. de chocolate em pó
1 pitada de sal

Cobertura e recheio:

2 pacotes de natas frescas
120 gr. de açúcar
1 embalagem de framboesas, morangos ou outra fruta
Bolo:
Bater os ingredientes na sequência descrita.
Pré-aquecer o forno a 180º e cozer entre os 150º e os 180º.

Se o forno for elétrico, colocar uma folha de papel de alumínio por cima. Quinze minutos após o início da cozedura, o bolo já apresenta o topo cozido.Colocar o alumínio nessa altura. Cozer durante 30 e 40 graus.


Cobertura


Bater as natas com o açúcar até que fiquem bem firmes (cuidado para não passar a manteiga) e reservar no frio. 
Quando o bolo estiver frio, cortar a meio e rechear com as natas batidas e framboesas ( morangos ou qualquer outra fruta ). Montar  o bolo, cobrie e rechear com as restantes natas batidas. Decorar com as framboesa e polvilhar com açúcar em pó.


Cantar os Parabéns!!!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Bolo de aniversário da Minnie!

    Não há duvida, a sabedoria popular ainda é o que era: não há fome que não dê em fartura!
    Pois, ...depois de passar quase um ano sem passar cartão ao meu bloguinho, aqui estou eu...dois dias seguidos a dar notícias!
   Hoje o motivo é o aniversário de outra menina que adoro como se fosse minha filha e que é quase gémea da minha filha (a minha sobrinha M.).

    A M. e a Muffy têm apenas alguns dias de diferença, o que significa que a família assistiu ao crescimento simultâneo de duas barrigas e ao parto, quase simultâneo de duas meninas! O que me faz pensar que, muitas vezes nos queixamos da vida e não paramos para pensar nas verdadeiras bençãos que nos é permitido experienciar no nosso tempo de vida e que, por andarmos demasiado ocupados a lamentar- nos de tudo um pouco ( a crise, a gasolina, o frio, os maridos (maridinho se me leres...EU NÃO!), o trabalho, deixamos que passem completamente despercebidas em tal mar de lamúrias.
    Da minha parte, como este ano o lema é comemorar, vou celebrar tudo o que me dê na telha. E hoje vou festejar a  chegada de duas crianças maravilhosas, com umas belas de umas personalidades e, que tanto uma, como outra, fazem um bom uso delas para marcar a diferença!

   PARABÉNS M!!!


    E deixo aqui um agradecimento especial à "dona" do blogue Lume Brando. Ela não sabe, mas contribuiu muito para que eu recomeçasse, aos poucos, a "reacender" o meu blogue. Porque, assim que, num daqueles vagueares por blogues, encontrei o Lume Brando, não parei enquanto não li todas as receitas. A razao é muito simples: tudo o que ela faz tem qualidades que muito valorizo: o bom gosto, a simplicidade e o despretenciosismo... Obrigada!

Então, para a minha M., que adora a Minnie, saiu, depois de duas noitadas valentes, este bolo!

    Confesso que, como esta era minha primeira vez assim numa coisa complicada, me inspirei num bolo que encontrei ao fazer uma busca no Google. Não foi plágio, foi um cinto de segurança! Agradeço à fonte!

   E assim foi e em tempo de crise, sem possibilidade de prendas carérrimas, dei aquilo que é para mim um bem precioso: as minhas horas de sono! Com muito boa vontade e, sobretudo muito amor.




O bolo foi fruto da minha dificuldade em acertar as formas com as quantidades de massa e, por isso tive de fazer o bolo em três vezes.

Primeira:

Bolo de chocolate
(receita da mãe do meu amigo Fona/Zeca )

4 ovos + 1 cháv. açúcar
1 cháv. óleo+1 cháv. água quente
2 cháv. farinha com fermento peneirada +2 cháv. de chocolate em pó
1 pitada de sal

Bater os ingredientes na sequência descrita.
Pré-aquecer o forno a 180º e cozer entre os 150º e os 180º.

Se o forno for elétrico, colocar uma folha de papel de alumínio por cima. Quinze minutos após o início da cozedura, o bolo já apresenta o topo cozido.Colocar o alumínio nessa altura. Cozer durante 30 e 40 graus.

( Esta receita deu para uma das metades do bolo ).



Bolo mármore
(receita do blogue Lume Brando )




150 gr. manteiga
175 gr. de açúcar
3 ovos
250 gr. de farinha
1 col. de sopa de fermento
1,5 dl. leite
1 pitada de sal
2 col. de sopa de cacau


Bater os ovos inteiro. Reservar.
Bater a manteiga amolecida a té que fica em creme. Juntar o açúcar, os ovos batidos, a farinha, o fermento e o chocolate peneirados juntos. 
Mistura- se bem. Adiciona- se o leite e o sal.


Encher a forma ( untada e polvilhada como manda o preceito ) com dois terços da massa. À restante massa, junta- se o chocolate e junta- se à primeira massa, criando o efeito marmoreado.


Cozer a 180º durante 50 minutos..




Esta foi a massa que fiz para o bolo da Kitty. Desta vez, como metade do bolo já era de chocolate, deixei toda a massa branca, sem juntar chocolate. O dobro da receita acima deu para a outra metade do bolo.


As orelhas: fiz dois bolinhos pequeninos com uma receita de massa de iogurte.





Bolo de iogurte
(receita da minha mãe )

4 ovos
1 iogurte 
3 copos do açúcar
1 copo de óleo
3 copos de farinha + 1 colher de chá de fermento


Bater todos  os ingredientes excepto a farinha e o fermento.

Juntar a farinha e bater.

Cozer a 180º durante 40 min.






quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Duplamente Hello Kitty: bolo de aniversário e bolachas- oferta!

Comemorar... este ano vou- me permitir comemorar! 

    Comemorar porque sim! Comemorar tudo!Mas porquê? - pergunta o "fiél leitor"(..hum...ainda são só..0 ?) E porque não?- responde a talentosa redactora ! ( Já que ninguém está a ler, acho que me posso esticar um bocadinho...)

    Este ano apetece- me comemorar sobretudo porque 2011 acabou, e com ele 2010 e 2009. E, apesar de não terem sido anos marcados por fatalidades de maior, também não foram anos de maior, nem de menor. Apenas se arrastaram , um após o outro. E eu sentia- me a dormitar ao ritmo da passagem dos segundos (vem- me a propósito a imagem da tortura pidesca do pingo na cabeça...). E, nem no trabalho, nem em família, nem junto dos meus amigos, me senti com ânimo, acordada para a vida, consciente. 
Por milagre, esse filtro cinzento tem- se vindo a desvanecer com a entrada do novo ano, e cada inspiração parece que faz isso mesmo...inspira- me!

E, imbuída deste novo espírito, o primeiro mês do ano trouxe o melhor dos motivos para celebrar: o aniversário da Muffy!  
E assim fiz, arregacei as mangas, tirei o avental do armário, sacudi a traça e a teia de aranha e lancei- me à cozinha.

O aspecto da dita, a meio da tarde, era este:


As bolachas, depois de saídas do forno:

E o resultado final, 6 bigodes vezes 40 bolachas depois!



E o bolo de aniversário que fiz para ela cantar os parabéns com os amigos na escolinha!

FIM!!!

       Como sempre a minha doce Brownie quis dar uma ajuda e, arriscando ir para a cama a horas impróprias de quem já tem um longo dia de escolinha pela frente, colocou todos os olhos e narizes das Kittys. A Muffy, essa pestinha, o melhor que conseguiu fazer foi comer todos os olhos e narizes que "encontrava" (leia- se "gamava").
     Eu ainda pensei desistir a meio da jornada. E é claro que encontrei várias formas de me desmotivar: as Kittys estavam fantasmagóricas, o glacé não estava homogéneo, as bolachas não estavam com um sabor nada especial, uma bolacha é uma prenda pobrezinha, etc, etc, etc.
    Duzentos e quarenta bigodes e uma dor de costas depois, todas as dúvidas se desvaneceram, porque o esforço foi grande ( sempre proporcional ao meu amor pela pestinha) e decidi que este iria ser o meu mérito: tentar, tentar e, depois de tudo, tentar mais um bocadinho!

    A verdade é que compensou, porque para além da felicidade da minha terrorista, foi o orgulho com que ela disse a todos que lhe fez o bolo. Foi a Brownie me ter pedido umas bolachinha para mostrar às amigas na escola e, no fim, ainda recolhi uns elogios das professoras e das mães das colegas de ambas.

   O bolo podia não estar perfeito e as bolachas podiam não ser a melhor homenagem à gata...mas foram concerteza  a melhor forma de dizer obrigada às minhas filhas por existirem e por serem assim, tão diferentes entre si e com uma capacidade imensa de me completarem a mim.

PARABÉNS MUFFY!