Muffys, não Muffins!!!

A viagem em busca do título (perfeito) para um blog pode transformar- se numa verdadeira expedição pelos recantos mais íntimos das nossas inspirações e das nossas memórias, e não é, nada mais nada menos que a tentativa de responder à pergunta: o que é que me inspira? Iniciei esta viagem pelas memórias. Da infância. Da casa da tia Julieta em Tavira e do cheiro a figos, a amêndoas e de trepar à alfarrobeira com os primos. E como não há nenhum algarvio que não tenha um pezinho em Marrocos vagueei pelo Oriente, pelos perfumes e aromas que nos deixaram em herança ( para além das mouras encantadas!). E do Oriente, da Índia, veio o meu sonho mais sonho, veio o amor verdadeiro (... e o tempero da sogra!). E foi desta magia oriental que nasceram as minhas inspirações que têm (por coincidência) alcunha de guloseima: Muffy (diminutivo carinhoso de nome de pestinha), quase tão docinha como um muffin, mas muito, muito mais apimentada; e Brownie, tão docinha, tão apaixonada por chocolate que o tom da sua pele quase reflecte o tom dourado da guloseima. São elas que me inspiram e me incentivam a ser feliz todos os dias! Muffy e Brownie!



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bacalhau, Algarve, Marrocos



    Aquilo que mais me conforta são histórias que tornam mais presentes os sítios onde eu sinto que pertenço e que explicam a minha existência. Desde pequena que sinto alguma tristeza por ter nascido em Lisboa. Não, não é isso, eu adoro Lisboa! Mas as histórias da minha família não são daqui e, de certa maneira, não ser uma personagem dessas histórias, faz- me sentir que não pertenço à história familiar, que quebrei um laço histórico qualquer. Por isso, desde sempre, adorei que minha mãe me conte histórias dos avós que não conheci, do que eles faziam, em que trabalhavam - desde miúda que digo, com o peito inchado que o MEU AVÔ era pescador, com mais orgulho do que se ele fosse um ministro qualquer. Não! pescador é homem de verdade, enfrenta a fúria do mar e dos elementos!).
    Esta semana, em visita à neta acometida por uma virose, lá veio a minha mãe tomar um cházinho e a conversa levou à minha avó que, nos seus últimos dias de vida só pedia às filhas que lhes fizessem uns "granitos" com arroz, obrigando todos a contribuirem com uns escudos (que não tinham) para ir comprar um  bocadinho de borrego para dar gosto aos "granitos". E esta palavra, esta história,  ficou a ressoar no meu coração durante dias.
    Todos os dias, olhava para o ingrediente principal e pensava: " Como é que posso pôr aqui uns "granitos"? E no dia do bacalhau, fez- se luz! Num bacalhauzinho estufado uns quantos grãos seriam um toque especial. Mas como já tinha prometido à Brownie que lhe fazia "couscous", não pude ser fiél à história dos gãos com arroz da avó, puxando a coisa além Algarve, mais para Marrocos ( dizem que é a mesma coisa e eu, orgulhosa, apoio!). E assim nasceu: Bacalhau com grão, ovos e couscous.


Bacalhau, grão, couscous



(para 2 e 2 ½ comensais)


2 lombos de bacalhau


2 tomates bem vermelhinhos


1 pimento vermelho


1 cebola


2 dentes alho


1 folha de louro


Coentros q.b.


1 lata pequena de grão cozido


2 ovos


Sal, azeite, pimenta q.b.


200 gr. de couscous


Lavar os lombos de bacalhau, retirando as peles e barbatanas. Reservar.


Num tachinho, fazer a base do estufado com o azeite, a cebola, o alho, o louro, o tomate (sem pele nem graínhas), o pimento cortado em tiras finas e o coentro. Quando começar a libertar os perfumes, junta- se água e deixa- se levantar fervura. Nesta altura, juntar os lombos de bacalhau e deixar cozer. Depois do bacalhau cozido, junta- se o grão ( lavado e escorrido) e deixa- se ferver de novo. Nesta altura, abrir os ovos na superfície do estufado e deixar escalfar.


Servir acompanhado de couscous soltinho, bem embebido no molho do bacalhau.















terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cenoura, nozes, canela e oliveiras de Moura





    No final deste Verão, para colocar um ponto final nas férias e no descanso, o meu excelentíssimo teve um acesso de portuguesismo e declarou inadiável uma viagem para conhecermos o Alqueva. Com muita razão,  pois nada explica que, uma das maiores obras da engenharia moderna ainda estivesse no rol dos desconhecidos de cidadãos tão ciosos da sua portugalidade, quando por toda a Europa é considerada uma obra de destaque. Mal ele sabia que, no início do Outono, a nossa portugalidade iria ser posta à prova...
   Bom, e então lá fomos nós, percorrendo caminhos de oliveiras sem fim com destino a Moura. Aí sentimos o conforto de sermos acolhidos pelo sol reflectido na cal das paredes brancas; a familiaridade de ter toda a gente na rua, quer de dia, quer de noite e o calor que a terra exala.
   Para a noite escolhi um  turismo rural, quase ao acaso, que se revelou uma escolha perfeita, como se andasse há meses há procura do sítio ideal. Ficámos na Horta de Torrejais. Horta porque, para além das casas, recuperadas há pouco com extrema simplicidade e bom gosto,  existe uma propriedade imensa com todo o tipo de árvores de fruto, de vegetação e uma presa por onde passa um riacho.  Sem esperar, passámos uma tarde relaxante (q.b., não se esqueçam que fomos acompanhados pelas ferinhas), à beira de uma piscina inserida na vegetação da Horta. Foi aqui que, na manhã seguinte, ao pequeno- almoço nos foi servido, com a simplicidade dos linhos brancos e imaculados de uma casa típica alentejana, um bolo de uma textura suave marcada pelo crocante de pequenas nozes e sarapintado com o laranja da cenoura. A prova de que as coisas simples podem, de facto, ser encantadoras. Não querendo ser perguntadeira, não me atrevi a pedir a recdita, mas não descansei enquanto não encontrei uma receita que me ajudasse a reproduzir aquela maravilha ( encontrei no forumbimby, uma receita da Staparício: http://www.forumbimby.com/receita.php?recid=2351&catid ).

Bolo de nozes, cenoura e canela
1 chávena de óleo
2 chávenas de açúcar
2 chávenas de farinha
2 chávenas de cenoura ralada
1 chávena de nozes picadas
5 ovos
1 colher de sopa de canela
1 colher de chá de fermento

Ralar as nozes durante 20 seg, velocidade 5 e reservar.
Ralar as cenouras na velocidade 5, durante 20 seg. e adicionar os restantes ingredientes, incluindo as nozes já picadas.
Programar 2 min, velocidade 4.
Leve ao forno pré-aquecido a 180º, durante 45 min.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Varicela II, III, IV,...

    Pois tal como visto e previsto... Muffy não o permitiu. Eu ando há cinco anos a ensinar a lição da partilha à minha filha mais velha e, como menina bem ensinada aí está... Muffy com varicela e eu mais uma semana em casa! Mas não, enganam- se aqueles que pensaram: "mais uma semana de férias , ummm? foi só cozinhar, ler, dormir,...que bela vida!!! Mas não!  Muffy não é assim. Como eu já tinha dito antes, Muffy é de outra cepa. Daquela raça que tanto dá o abraço mais sentido e apertado, como grita até que os vizinhos fiquem na dúvida se hão- de ir dar um passeio até que o som adquira decibéis suportáveis ou chamar a Protecção Infantil. Muffy é das duras...mas é também das genuínas de sentimentos: ali nada falha, nada se esconde: quando gosta, ri e beija; quando não gosta chora e arranha. Muffy dá luta...mas também dá outras coisas: beijos demorados, gargalhadas que limpam a alma e carinhos melosos.

    Portanto, os cozinhados foram-se fazendo, as fotos tirando (e inventando um bocadinho)... e os post adiando.

    O streusel de maçã também se fez. E, à primeira foi uma desilusão: eu tinha imaginado um bolo grande  e imponente, daqueles bolos da avó que tentam fugir da forma. Mas mein streuselsito não arredou pé do fundo da forma e ficou assim: um misto de tarte fofinha, com uma camada tímida de maçãs ( as mosquinhas da fruta tiveram, afinal, o seu banquete, mas foram tão discretas que ninguém diria que aquelas maçãs vermelhinhas estavam praticamente todas com furinhos escuros) e com uma linda cobertura que se adivinhava crocante.

    Mas muitas vezes a vida é assim: dá- nos o melhor quando estamos à espera do pior ! E aquele bolito pequenito valeu cada fatia pelo seu sabor, pela mistura suave do perfume a maçã com o crocante das nozes, perfumado da canela e doce das macias maçãs.

    O meu nutricionista que não nos leia, mas testei por várias vezes o sucesso da combinação!

    Ahh!Sim! Só para terminar! Toda a minha desilusão inicial tinham sido de evitar, caso os meus conhecimentos linguísticos fossem além das línguas românicas... Eu estava desconfiada que a chave do mistério do bolo encolhido residia na tradução da palavra streusel.E não é que tinha razão? Se eu soubesse que streusel significa crumble,  nunca estaria 45 min. a olhar para o forno e a perguntar: mas tu não cresces?

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bolo Streusel de Maçã ou o combate à mosca da fruta!

    Este post é uma homenagem ao meu excelentíssimo. Já não aguento vê- lo a perseguir as moscas da fruta que, de repente e (quase) sem explicação invadiram a nossa cozinha. A única coisa boa é apreciar o ar de satisfação do caçador quando, ao fim de meia hora de andar de pano da cozinha em riste po cima de cadeiras e bancadas, consegue, finalmente, terminar com a vida, curta mas não insignificante, de uma pequenina mosquinha da fruta.
    Olhando para o cesto da fruta dei- me conta que tem só maçãs. E muitas. Maçãzinhas vermelhas que sobram entre uma e outra ida ao supermercado, entre um e outro carregamento de maçãs novas.  E para que não se tornassem um banquete para as minhas mosquinhas ( banquete do condenado, porque, mal elas sabem, o grande caçador tem- nas de baixo de olho!) hoje fui espreitar o site Joy of baking em busca de algo em que transformar as minhas pequenas maçãs.
    Este site é uma verdadeira enciclopédia para quem gosta de bolos, seja em forma de bolo, biscoito, muffin, tarte, torta. Enfim, há receitas para todos os ingredientes de base que se queira utilizar. E, para além disso, tem sempre uma breve introdução que contextualiza a receita, do ponto de vista histórico, cultural ou social.

É minha solene intenção fazer esta receita durante o fim- de- semana...Muffy e Brownie o permitam!


Bolo Streusel de Maçã

Para
8- 10 investidas gulosas
Pré- aquecer o forno a 180 graus. Barrar uma forma  de mola com margarina (20 cm. de diâmetro) e proteger o fundo com papel vegetal.
Cobertura do Streusel:
Numa taça grande misturar a farinha com a canela em pó. Adicionar a manteiga com a batedeira para bolos u com um garfo até que ganhe o aspecto de migalhas. Juntar, mexendo, o açúcar mascavado e as avelãs em pedaços. Reservar enquanto se prepara a massa.
Massa: Numa taça, misturar a farinha, o fermento e o sal.
Numa outra taça (ou na taça da batedeira eléctrica) bater a manteiga até que ganhe um aspecto cremoso e macio. Adicionar o açúcar e bater até que atinja uma consistência clara e homogénea. Juntar o ovo e o extracto de baunilha e bater até que fique bem misturado. Juntar a mistura de farinha anteriormente obtida, alternadamente com o leite, e bata só até que tudo esteja homogéneo.
Espalhar a massa no fundo da forma alisando a superfície com uma espátula.
Cobrir com as fatias de maçã, dispostas ordenadamente e, de seguida, cobrir com a cobertura preparada.
Levar ao forno durante aproximadamente 45-50 min. ... ou até que o palito se manifeste!
Retirar do forno e deixar arrefecer em cima de uma grelha.
Servir morno ou a temperatura ambiente com gelado de baunilha ou natas batidas.
Nota:  Para torrar as avelãs leve ao forno durante 15 min. , a 180 graus, ou até que  o perfume se solte e a pele comece a soltar- se.  Retire do forno e embrulhe numa toalha. Esfregue até que todas as casquinhas se soltem. Deixe arrefecer antes de usar.
Torrar os frutos secos tem várias vantagens: acentua o sabor rico e amanteigado e elimina as cascas que lhes conferem um sabor amargo.
Lista de ingredientes:
Cobertura:
1/2 cháv. (65 gr.) farinha
1/2 col. de chá  de canela em pó
3 col. de sopa (40 gr.) de manteiga fria e cortada em cubos
1/4 cháv. (70 gr.) açúcar mascavado
1/4 cháv. (20 gr.) avelãs ( ou nozes, amêndoas) grosseiramente picadas
Massa:
1 cháv. (130 gr.) farinha
1 col. de chá de fermento em pó
1/8 col. de chá de sal
1/4 cháv. (56 gr.) (4 col. de sopa) manteiga a temperature ambiente.
1/2 cháv. (100 gr.) açúcar branco.
1 ovo grande
1/2 col. de chá de extracto de baunilha
1/3 cháv. (80 ml) leite
2 maças Granny Smith grandes, descascadas, descaroçadas e cortadas em fatias finas.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Páginas e páginas de (boa) tortura!!!

   Tal como a vida nos ensinou a todos, é nas situações extremas, fora da nossa zona de conforto, que conseguimos conhecer-nos, trazer à luz novas facetas da nossa personalidade que, até então, desconhecíamos...ou às quais virávamos a cara por comodismo, porque dali poderia, afinal, vir algo que nos forçasse a lutar, investir energia ou sair da nossa modorra diária.

    Comigo foi a dieta! Santa Dieta! Este ano, e Junho, resolvi que estava na hora de me livrar dos restos da "casinha" da Muffy. Bem, não era uma casinha, era uma mansão! Fui então ver o "sôtor" nutricionista e vim de lá  com um plano alimentar muito...como deveria dizer?... estreitiiiinho! Acabaram- se os lanchinhos a meio da manhã ( a meia de leite com a "sandezinha" de queijo e manteiga ou bolinho). Acabaram- se também as almoçaradas com as colegas de trabalho naquela cadeia de amurgas (hamburguer em Browniês) e molhengas.   Com muita surpresa minha, eu sou, afinal, determinada. Determinada, não! Hiper, mega- determinda! Durante 4 meses não pus o pé fora da linha, segui à risca e ao milímetro as indicações do sôtor e aqui estou eu, 12 Kg. de pessoa a menos e muito, mas muito, diferente...por dentro e por fora!

   Toda esta história da carochinha para dizer o seguinte: enquanto eu emagrecia, a minha colecção de livros de culinária engordava! A minha leitura de cabeceira perdeu toda  a ligação à narrativa, poesia ou drama e transformou- se numa pilha de livros de receitas, culinária e gastronomia. Em vez de assaltar o frigorífico no silêncio da madrugada, comecei a ficar acordada até tarde a devorar as fotos dos livros e a sorver a descrição do processo de produção do alvo da fotografia! Que maravilha! E foi assim que consegui suportar a minha reeducação alimentar!  Engordando a prateleira e emagrecendo a mim ( e a carteira! desculpa esposinho, fofinho!). Foi também assim que redescobri, muito fechadinha, dentro de uma caixinha muito bem camuflada, a paixão pela culinária, pelos tachos, panelas, frutas, legumes, ervas e temperos - ver lá em cima   como vim aqui parar).
   
   Um desses livros talvez seja  uma escolha inesperada. Foi prenda de anos da minha sogrinha. É da autoria de uma escritora inglesa, Tessa Kiros, de origem finlandesa/grega-cipriota que viveu na África do Sul  e que registou num livro de culinária as suas impressões acerca de ...Portugal!


   Por um lado poder- se-ia perguntar qual o objectivo de ter um livro, feito por uma estrangeira, que contém receitas de coisas que são, para nós que as temos à distância de um nada, banais. Falo das receitas de caldo verde, de pasteis de nata, de bife à lisboeta. Sim, são tavez banais. Mas vê- las à luz dos olhos de um estrangeiro foi, para mim, como se essas coisas ganhassem, de novo magia. A magia do que é nosso! Ver alguém falar, com o coração, do que é português, dos portugueses e descrever- nos com tanto carinho, nesta época em que o contexto social, económico e cultural não favorece nada a não ser tristeza e desânimo, foi, de facto, revigorante!
   Para além disto, a fotografia que acompanha o livro é fenomenal no que diz respeito à captar aspectos deslumbrantes da nossa cultura, como os azulejos, os pratos de porcelana antigos, expostos numa parede, os nossos velhotes com as suas rugas que são verdadeiras máquinas do tempo  que contêm séculos de História. Somos ou não somos um povo mágico???
  


  




quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Varicela!!!

   Pois é! A varicela apanhou a Brownie e eu vi- me de férias forçadas! E que bem me souberam! Todo o dia com a minha castanhinha, a fortalecer os laços antigos, a criar novos. E sim, a minha bebé está crescida e eu ainda não tinha dado conta! Conversámos muitos, trocámos muitos miminhos e ganhámos muita ( ou mais) cumplicidade! Viva a Varicela!
   A propósito de varicela, esta serviu para, mais uma vez, comprovar que as crianças são honestas por natureza... o mundo dos adultos é que as corrompe. Na noite em que a levei ao Centro de Saúde ela queixava- se de muita dor de cabeça. No consultório, o médico confirmou que as pintarolas tinham nome e que iam obrigá- la a ficar em casa. À saída, a minha Brownie estava delirante! Muito inocente, perguntei: Então, já não te dói a cabeça? - Achas????Eu estou de férias! (Eu confesso, tive muita dificulade em disfarçar que, afinal, também eu estava a comemorar!)
     E para que mais serviram as pintarolas???  Para além das arrumações que produziram muitos sacos para os "meninos pobres", aos quais a Brownie fez questão de acrescentar uns jogos e brinquedos ( porque:  Mamã! Os meninos não precisam só de roupa! Tu não sabes que é importante brincar? ) serviram para testar uma receita daquelas que ficam no rol das pendentes, para as quais compramos os ingredientes que acabam, que voltam a ser comprados e voltam a desaparecer do armário sem que cheguem a tomar a forma de algo comestível.
    Assim, desde o início da edição da revista da Bimby estou para fazer esta trança de chocolate e nozes (que eu fiz com avelãs, em homenagem ao Nutella).
   Como sempre, quando faço uma receita da Bimby, ocorre uma qualquer inconformidade que me obriga a meter a mão na massa... literalmente, desta vez. Acho que não pesei bem o leite e a massa ficou muito líquida. O que me obrigou a acrescentar farinha, farinha e mais farinha. No final, congelei metade da massa, dei três facadas na dieta e lanchei uma trança quentinha, no sofá quentinho, com um chá e um leitinho quentinhos, muito enroladinha na minha Brownie a ver o Mamma Mia. Ai que bela tarde! Obrigada varicela!
Isto foi A.F. (antes do forno) o D.F. não há!!! Perdão! Atirámo- nos para o sofá a bezerrar e não sobrou nada, nem vontade para a foto, nem trança porque, logo de seguida,  o meu excelentíssimo chegou e esfrangalhou- a num acesso misto de fome e gula!
Da próxima vez:
- ponho mais sal na massa
- tapo melhor com alumínio para que não esturrique (deixei uma pontinha por tapar...)
- experimento com as nozes

Anton Ego avistado em Lisboa

    Pois bem... tal como eu calculava! as coisas que temos de fazer não nos deixam tempo para aquelas que devíamos fazer. Não por obrigação, mas porque são aquelas que nos dão prazer e que nos aproximam da nossa essência. Está o mundo ao contrário... e não é de agora!
    Deixando- me de lamúrias porque a verdadeira valentia é nunca desistir, a minha ausência deve- se ao mês de todos os aniversários.Bom, pelo menos o meu e da Brownie. Cozinhei umas coisas, boas até, elogiadas por todos aqueles que apreciam a comida independentemente de acharem se é meritória ou não de ser dada a conhecer ao mundo. É óbvio que não passaram no crivo da minha apertadíssima censura: " Ora, não vou escrever sobre uma feijoada, por muito boa que estivesse!" ou então " panacotta com frutos silvestres assados". Pfff! vulgaríssimo!" . Daqui a pouco está a Brownie a dizer : "Mamã, faz em francês para pareceres o Ego do Ratatouille!"

    Então que andei a fazer este tempo? a comer MacDonalds? comida congelada? encomendada ou requentada? Nuuuuuuuunca na vida ( bem, um Mac-zinho consolava- me a alma antes da dieta...).
Pensei, reflecti, questionei e ponderei. No meu espírito um pensamento passa em rodapé ( escrito em bom português, que eu não escrevo rodapés para os telejornais, esses modelos de boa escrita!)...onde é que ia? Ah! o pensamento em rodapé...sim! E a pergunta é: qual o caminho??

    E a resposta vencedora é... (abertura do envelopes, silêncio na sala) ... o caminho é LUTAR! Ora, por esta altura está o caro leitor a questionar (e bem!) de que raio está ela a falar???

    Pois estou a falar de ESCREVER e COZINHAR! É óbvio que existirão sempre blogs melhores que o meu, de pessoas que cozinham melhor que eu, que tiram fotos de verdade e que postam com mais frequência!  Mas ainda assim eu tenho de deixar de ser a minha mais feroz crítica e de me dar uma oportunidade!

   Publicar mesmo que seja só esparguete cozido ( que tem arte!) e escrever, sobretudo escrever!  Porque até o Anton Ego mudou...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Gelado de pêssego



Pink peach tree in blossom by Vincent Van Gogh, 1888

    O pessegueiro é uma árvore originária da China, que foi introduzida nas rotas comerciais através da Pérsia (uma das variedades mais conhecidas é a Prunus persica, nome que nos remete para essa origem).
    O pêssego é uma fruta cujo aporte calórico é praticamente nulo. É, contudo uma fonte de vitaminas e minerais benéficos para a saúde.
Rico em fibras, sais minerais (ferro, enxofre, iodo, fósforo, manganês e magnésio), vitaminas A, C, complexo B e B5.
    É indicado na manutenção de um intestino saudável e funcional, para atenuar os sintomas do reumatismo, problemas de pele e de sistema nervoso. Para além disto, é útil na regulação dos níveis de ácido úrico, ajuda na eliminação de toxinas e em problemas respiratórios.

    A infusão das folhas e sementes é calmante e as flores são usualmente utilizadas como laxante suave.


    Visto que esta é uma fruta com tão poucas calorias, que tal um toque de varinha mágica para lhe adicionarmos umas quantas?

500 gr. de pêssego
250 gr. açúcar
200 ml natas
Liquefazer o pêssego com o açúcar. À parte bater as natas até que fiquem bem firmes. Juntar ao coulis de pêssego de forma suave.
Quem tiver uma sorveteira, levar à sorveteira até que atinja a consistência pretendida. Quem não tiver, colocar no congelador, dentro de um recipiente tapado. Neste caso, terá de ter o cuidado de bater o gelado enquanto ele solidifica de forma a quebrar os cristais de gelo e, assim, obter um gelado cremoso.
Da próxima vez:
- não vou colocar tanto açúcar.
- vou tentar substituir as natas por iogurte natural magro.

Quanto a fotos, nem tudo está perdido. Sobrou o suficiente para uma bola. Amanhã tento colocar.
Um abraço.